13 coisas que vc nunca soube seu peso


Perder peso: 13 segredos metabólicos

Perca peso controlando os radicais livres, o estresse e seus hormônios

Por Joanne Chen

Steven Blair é, nas próprias palavras, “baixinho, gordinho e careca”. Mas, com 1,65 m e 90 kg, é possível que esteja mais saudável do que homens mais altos e magros do que ele. Corre 40 km por semana, come de seis a oito porções de frutas e legumes por dia e evita alimentos industrializados. Professor de Ciência do Exercício e Epidemiologia da Universidade da Carolina do Sul, Blair é exemplo de como a gordura não “joga limpo”. E, graças aos avanços na sua área de estudos, ele começa a entender por quê.

Hoje, reconhecemos que genes, desequilíbrios hormonais e até alguns vírus estão relacionados à obesidade. Comer menos e fazer mais exercícios não têm tanta influência para perder de peso como
você imaginaria. “Isso vai na contramão do que as pessoas acreditam
saber”, diz Blair. “É possível enxergar os efeitos da obesidade, então
é fácil dizer ‘essa pessoa deve ser preguiçosa’. Mas, com frequência,
esse não é o caso.”

 

Nossa equipe se debruçou sobre os últimos estudos, entrevistou
os principais especialistas em obesidade e escutou experiências reais
de homens e mulheres que lutam para manter a boa forma. Eis os últimos (e, com frequência, inesperados) achados por trás de circunferências, gordura e bem-estar.

 

1- O gene FTO é um dos genes da obesidade 


Assim que os cientistas o descobriram em certos camundongos rechonchudos, chamaram-no de “gene gorducho”. Anos depois, enquanto pesquisavam o genoma humano em busca de marcadores que aumentavam a vulnerabilidade a diabete tipo 2, o gene gorducho (agora denominado FTO) apareceu junto. O resultado é que quem possui duas cópias do gene apresenta 40% mais probabilidade de ter diabete e 60% mais propensão à obesidade do que quem não o possui. Quem tem uma cópia do gene também pesa mais.

 

Hoje, cientistas suspeitam que existam vários genes da obesidade. “É possível que haja cerca de cem genes que contribuam para a odesidade”,
afirma Claude Bouchard, diretor do Centro de Pesquisas Biomédicas
Pennington, da Universidade Estadual da Louisiana, nos Estados Unidos. “Ca­da
um acrescenta um quilinho aqui, meio quilinho ali. Isso faz muita
diferença quando falamos da gordura a mais que tem de ser queimada.”

 

Até 16% da população possui duas cópias do gene FTO e metade de nós tem uma única cópia.
Até o momento, cientistas suspeitam que outros genes que causam a
obesidade tenham pouco efeito se comparados ao FTO. A boa notícia? “A predisposição genética não é uma sentença irrevogável”, afirma Bouchard. Exercitar-se com regularidade pode diminuir os riscos.

  

2 – Células de gordura 

E a gama é enorme, com algumas pessoas tendo até duas vezes mais células de gordura do que outras, diz a Dra. Kirsty Spalding, do Instituto Karolinska, de Estocolmo. Mesmo se você tiver perdido (ou ganhado) alguns quilos, a contagem de células de gordura permanece constante. Elas armazenam a gordura que já se encontra no corpo e estão sempre sedentas por mais. (Para piorar, as células de gordura de quem está acima do peso e de quem é obeso também abrigam mais gordura.)

 

Novas células adiposas surgem na infância, mas parecem parar de aumentar em número na adolescência.
Pessoas destinadas a terem muitas dessas células, provavelmente começam
a produzi-las cedo, aos 2 anos de idade. O ritmo de crescimento também
pode ser mais rápido, mesmo se a criança diminuir a ingestão de
calorias.

 

A
Dra. Kirsty vem recebendo mensagens de pessoas que se dizem deprimidas
com essas descobertas. Ela diz, porém, que seus achados não são tão
ruins assim. É melhor ter um número maior de células de gordura do que um número menor das que se enchem demais e ficam aumentadas. (Pesquisas sugerem que quem tem as células que ficam cheias demais está mais vulnerável a complicações de saúde relacionadas à obesidade.)
Assim, embora não seja possível reduzir o número total de células de
gordura, existem medidas que você pode tomar para mantê-las pequenas
(veja a seguir).

  

3 – Você pode modificar o funcionamento do seu metabolismo 


Outra equipe escandinava olhou o que acontece no nível celular quando se ganha peso. A Dra. Kirsi Pietiläinen, professora-assistente do Hospital Central da Universidade de Helsinki, estudou pares de gêmeos nos quais um era gordo e o outro magro e descobriu que as células de gordura do gêmeo mais gordo passavam por mudanças metabólicas que dificultavam a queima de gordura. A equipe de Pietiläinen suspeita que ganhar
apenas 5 kg é suficiente para diminuir a velocidade do metabolismo e
colocar a pessoa num ciclo vicioso: quanto mais gordura se ganha, mais
difícil fica perdê-la.

 

E como fazer para voltar aos eixos? “Quanto mais aprendo no meu ramo, mais me convenço de que precisamos de atividade física”, diz Pietiläinen. Ela própria foi uma criança gordinha. Hoje corre com regularidade e se mantém num peso saudável.

 

4 – O estresse engorda

 

O mais comum é a “síndrome da comida na boca”: circunstâncias estressantesdesencadeiam o desejo por alimentos ricos em carboidratos, que acalmam os hormônios do estresse. (Quando pesquisadores privaram ratos estressados desses alimentos, seus hormônios do estresse aumentaram muito.) (sua conta bancária, seu chefe)

 
Hormônios do estresse também aumentam a armazenagem de gordura.
Para nossos ancestrais pré-históricos, estresse significava a
aproximação de um animal feroz, e um processo de armazenamento rápido
fazia sentido; precisamos de energia extra para sobreviver à escassez
de comida ou para lutar. Hoje, enfrentamos situações de estresse sentados, e as calorias que não usamos se acumulam ao redor da cintura. Para diminuir o peso, além de exercícios, arranje tempo para aliviar o estresse – uma aula de ioga, bons momentos com a família… 

5 – A alimentação durante a gravidez pode determinar a obesidade do filho no futuro

 Os cigarros que uma gestante fuma aumentam o risco de peso baixo do feto, e o álcool pode provocar danos ao cérebro do bebê. E por que os alimentos pouco saudáveis não haveriam de causar pro­­blemas semelhantes? Um grupo crescente de pesquisas sugere que alimentos açucarados e gordurosos, consumidos até antes do nascimento do bebê fazem muito mal à saúde da criança.

 

Um estudo do Centro Pennington, nos EUA, com roedores revela que fêmeas acima do peso têm níveis maiores de glicose e de ácidos graxos livres no útero do que as de peso normal. Essas moléculas
desencadeiam a liberação de proteínas que desequilibram os sistemas
metabólico e de controle do apetite no cérebro em desenvolvimento
.

 

O
que é verdadeiro para os camundongos também costuma ser verdadeiro
pa­ra seres humanos. Médicos do Centro Médico Downstate da Universidade
de Nova York compararam crianças que
nasceram antes das mães terem sido submetidas à cirurgia de redução do
estômago com seus irmãos nascidos após a cirurgia
. Estes últimos tinham metade da chance de serem obesos. Como irmãos têm perfis genéticos parecidos, os pesquisadores atribuíram as diferenças de peso às mudanças no ambiente uterino.

 

 Grávidas: a alimentação durante a gestação determina muito da saúde da criança no futuro. Filhos saudáveis começam na gravidez.

6 – Dormir emagrece

Quando um paciente se consulta com o Dr Louis Aronne, ex-presidente da Sociedade Americana de Obesidade, é provável que, além dos hábitos alimentares, seu sono também seja avaliado. Se ele estiver dormindo menos de sete ou oito horas, o Dr. Aronne de­ve receitar mais tempo de sono em vez de uma nova dieta ou um medicamento novo. Com mais horas dormidas, diz ele, “as pessoas se sentem saciadas e perdem peso, espontaneamente”.

 

Por quê? Pesquisadores da Universidade de Chicago relataram que a
falta de sono desequilibra os hormônios desencadeando tanto uma
diminuição da leptina (que auxilia a sensação de saciedade) quanto um
aumento da grelina (que desencadeia a fome).
Como resultado,
achamos que estamos com fome, mesmo quando não estamos. Então, comemos.
Na realidade, o sono talvez seja o mais barato e o mais fácil
tratamento que há contra a obesidade.

 

 

7- Emagreça em família: a perda de peso pode ser contagiosa!

Quando o marido de Jodi Dixon, de 1,88 m e 163 kg, perdeu 57 Kg,
ela teve sentimentos conflitantes. Era ela quem vivia vigiando o peso e
quem se exercitava; quem vivia tentando fazer com que o marido fosse
mais ativo. Mort, representante
de vendas, era sempre o centro das atenções em qualquer festa, segundo
a mulher, de 43 anos e mãe de dois filhos, moradora de Freehold, Nova
Jersey. Mas, quando ele perdeu peso, tudo ficou diferente.

 

Homens e mulheres o rodeavam, atraídos pelo seu carisma”, relembra. “Eu sentia ciúmes.” Jodi se reconfortava com comida e ganhou 20 kg antes de decidir agir. Começou a andar de bicicleta com o marido e se inscreveu num programa de emagrecimento. Por fim, acabou emagrecendo: perdeu 14 kg e pretende perder ainda mais.

 

Jodi credita o ganho de peso e sua perda ao ciúme que sentia. Mas pesquisas mostram que o ganho e a perda de peso podem ser… contagiosos! Um estudo do New England Journal of Medicine sugere que se um cônjuge for obeso, o outro tem 37% mais chances de ser obeso também. Os pesquisadores concluíram que a obesidade parece se espalhar pelas redes sociais.

 

Assim
como no caso de Jodi, emagrecer parece contagioso, pelo menos dentro da
mesma família. Quando Jodi deu início ao seu plano para perder peso, a
filha mais velha, que também estava acima do peso, passou a seguir os
hábitos alimentares saudáveis da mãe e perdeu 18 kg.

 

 

8 – Adenovírus: o vírus da obesidade

Os adenovírus são responsáveis por uma série de doenças, de problemas do trato respiratório superior a distúrbios gastrointestinais. A ligação com a gordura foi descoberta quando pesquisadores da Universidade de Wisconsin injetaram o vírus em galinhas e descobriram que determinadas cepas as engordaram.

 

Células-tronco também se transformaram em células de gordura quando infectadas com os vírus. “O
vírus parece aumentar o número de células de gordura no corpo assim
como o conteúdo de gordura dessas células”, diz o Dr. Nikhil
Dhurandhar, professor de Infecções e Obesidade do Centro Pennington.

 

Estudos humanos, incluindo comparações entre gêmeos,
sugerem que pessoas obesas, de fato, estão mais propensas a abrigar
anticorpos contra um vírus em especial, conhecido como adenovírus-36.

 

Já temos vacinas para a gripe; será que vacinas contra a obesidade virão a seguir? Pode soar irreal, mas “foi o que disseram sobre câncer do colo do útero também”, afirma Dhurandhar.

 

 

9- Biscoitos e bolachas realmente viciam

Embora a comida não vicie da mesma maneira que a cocaína ou o álcool, cientistas descobriram algumas semelhanças fantásticas. Em uma experiência no Monell Chemical Senses Center da Filadélfia, ao
serem mostrados os nomes de alimentos dos quais os indivíduos testados
gostavam, as partes do cérebro que se excitavam eram as mesmas ativadas
em viciados em drogas.
Isso pode ter a ver com a dopamina, o hormônio ligado à motivação e ao prazer. Se pessoas obesas têm menos receptores de dopamina, talvez precisem de mais comida para terem aquela reação de prazer.

 

 

10- Infecções de ouvido danificam o nervo gustativo e aumentam a propensão à obesidade

Há anos o laboratório de sabor de Linda Bartoshuk, na Universidade da Flórida, vem se perguntando por que pessoas que sentem o sabor dos alimentos com menos intensidade parecem ter mais propensão à obesidade. O pesquisador Derek Snyder tinha uma teoria: seria uma infecção de ouvido, capaz de danificar o nervo gustativo que passa pelo ouvido médio, o elo perdido? Depois de tabular 6.584 questionários, a equipe descobriu que 35 indivíduos vítimas de várias infecções de ouvido tinham quase o dobro de chance de serem obesos.

 

Respostas a perguntas adicionais dão dicas do porquê. Pacientes que tiveram infecções de ouvido apresentavam preferência um pouco maior por doces e comidas gordurosas
– talvez porque o nervo danificado os leve a ter uma sensibilidade
menor ao açúcar e à gordura. Um pequeno aumento na ingestão de calorias
por causa de escolhas alimentares ruins se acumula com o tempo.

 

Infecções
de ouvido na infância são tão difíceis de evitar quanto as gripes que
costumam causá-las, mas limitar o tabagismo passivo parece diminuir
episódios desta infecção. Se você
está acima do peso e teve uma infecção de ouvido grave quando criança,
talvez valha a pena prestar atenção ao sabor e à textura da sua comida.

Encontrar substitutos mais saudáveis, como frutas em vez de balas, ou
azeite em vez de manteiga, pode ajudá-lo a comer melhor e a pesar menos.

11- Os radicais livres também são culpados por nos engordarem

Os radicais livres são culpados não só pelo envelhecimento, mas como por nos engordarem. O Dr. Zane Andrews, neuroendocrinologista da Universidade Monash, na Austrália, diz que essas moléculas oxidantes danificam as células encarregadas de nos avisar quando estamos satisfeitos. Os radicais livres surgem quando comemos, mas estão especialmente presentes quando nos enchemos de chocolate, batatas fritas e outros carboidratos.
Com o passar dos anos, estes sinalizadores da saciedade vão se
desgastando e enfraquecendo os sinais de “pare de comer!”, aumentando o
apetite. A melhor forma de revidar? Evite comer bobagens. Coma mais frutas e legumes coloridos e ricos em antioxidantes.

 

 

12 Faça dieta, qualquer dieta

 

À medida que livros de dietas vão se reinventando para vender mais cópias e conquistar adeptos, um curioso fenômeno surgiu: as dietas estão ficando muito parecidas.
Os gurus do baixo teor de gorduras hoje dizem que certos tipos de
gordura são bons; quem promovia o baixo teor de carboidratos começa a
recomendar grãos integrais. A cada nova diretriz, as dietas reconhecem
que existem, na verdade, quatro regras básicas para uma alimentação saudável:

 

• Consuma carboidratos na forma de grãos integrais e fibras.

• Evite gorduras trans e saturadas.

• Coma proteínas magras.

• Encha-se de frutas e hortaliças.

 

A Dieta de South Beach, de baixo teor de carboidratos, por exemplo, hoje defende as virtudes da culinária mediterrânea, incluindo muitas frutas e legumes ricos em carboidratos.

 

Os Vigilantes do Peso, campeões do sistema de pontos, agora oferecem uma opção “sem contagem” baseada em escolhas saudáveis. E
todos são contra carboidratos industrializados e açucarados, que levam
a insulina a subir vertiginosamente e que podem levar a um ganho de
peso maior e, até, à diabete.

 

O guru da dieta de baixo teor de gordura, o Dr. Dean Ornish, diz: “É o fim da guerra entre as dietas.” Seu livro mais recente, The Spectrum,
chega a oferecer receitas em vários graus – de chili de legumes puro
(baixo teor de gordura) a um servido com azeitonas (mais gorduras) e a
outro, servido com linguiça de peito de peru (mais gordura, ainda). A chave para tudo isso, é claro, é a moderação em vez da privação. E,
para algumas pessoas, um importante efeito colateral de consumir mais
alimentos de base vegetal é o fato de ser melhor para o meio ambiente.

 

 

13- Saúde, boa forma e com excesso de peso

 

Existe
uma literatura crescente que sugere que tamanho não importa quando o
assunto é saúde. Um estudo publicado no Archives of Internal Medicine
pesquisou 5.440 adultos americanos e descobriu que 51% daqueles que se encontram acima do peso e quase 32% dos obesos tinham, em sua maioria, colesterol, glicose, pressão arterial e outras medidas de uma boa saúde em níveis normais.

 

Desafiando ainda mais a sabedoria convencional, o artigo também relatou que 23,5%
dos adultos magros eram, na verdade, metabolicamente anormais – o que
os tornava mais vulneráveis a doenças coronárias do que os adultos mais
gordinhos pesquisados
.

 

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA confirma o que médicos dizem há tempos: é preciso fazer 30 minutos de atividade física de intensidade moderada cinco vezes por semana para manter a saúde. E não é preciso se exercitar numa única sessão – caminhadas de dez minutos são igualmente eficazes. Isso
quer dizer que se você abrir mão do elevador a favor das escadas,
saltar do ônibus uma parada antes e estacionar o carro a algumas
quadras do seu destino, é possível já ter cumprido a meta do dia
.

 

Lembra-se
do sujeito baixinho, gordinho e careca do início do artigo? Aos 69
anos, sua pressão arterial está ótima, os níveis de colesterol são
normais e o coração é forte.
E é possível que ele tenha sinais vitais mais positivos, de acordo com um estudo de sua autoria publicado no Obesity: homens em boa forma física (determinada pelo desempenho em uma esteira) têm menos risco de morrer de câncer do que os que estão fora de forma, independentemente do índice de massa corporal, da circunferência da cintura ou da porcentagem de gordura corporal.

 

“Não temos grandes ferramentas para mudar o peso das pessoas, mas podemos melhorar sua forma física”, diz Blair, animado.

 

 

 

Vigabatrina, Tesofensina, Taranabant, Acomplia: Nova forma de domar desejos

 

Alguns dos comprimidos mais ansiosamente aguardados do mercado prometem acalmar desejos insaciáveis, reduzir o apetite e, até mesmo, acelerar o metabolismo.

 

A vigabatrina, por exemplo, foi estudada como tratamento para o vício em drogas. Suspeitando que ela funcionaria em pacientes que precisavam controlar o peso, cientistas injetaram a substância em ratos obesos. Funcionou: os ratos perderam 19% do peso original depois de 40 dias. Outra substância, a tesofensina, funciona sobre três mecanismos diferentes do cérebro para regular o apetite e o metabolismo. Em testes preliminares, pacientes que tomaram esse medicamento perderam em média 13,6 kg.

 

E então, onde está a armadilha? Nos efeitos colaterais. As alardeadas drogas taranabant e o Acomplia falharam porque ambas causaram flutuações do humor e depressão.
Cientistas terão de prestar grande atenção a dosagens e efeitos
colaterais se quiserem que futuras drogas para a perda de peso passem
pelo processo de aprovação dos órgãos de controle dos países.

 


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